Blog do Josias de Souza
Ninguém esperava ver Lula cabalando votos na entrada da comissão que derrotou Dilma na primeira batalha da guerra do impeachment. Seria muito teatro. Mas pouca gente entendeu o que fazia o criador no Rio de Janeiro, numa manifestação ornamentada com artistas e intelectuais, na hora em que sua criatura tanto precisava dele em Brasília.
Ficou no ar a incômoda impressão de que Lula começa a virar a página. Empatado com Marina Silva na liderança do último Datafolha presidencial, Lula parece mais preocupado com a publicidade do aplauso de plateias companheias do que com o esforço oculto para manter unido um rebanho congressual que salta o alambrado.
Devolvido à cena brasiliense como “bala de prata” de Dilma, Lula revelou-se um traque no primeiro embate. De nada adiantaram as prome$$as feitas no escurinho do quarto de hotel. Num colégio de 65 votos, o impeachment prevaleceu por 38 a 27. Nada que permita concluir que a oposição já garantiu os 342 votos de que precisa no plenário da Câmara. Mas foi constrangedor para o governo ter de “comemorar” a derrota pouco elástica, inferior a dois terços.
O jogo não acabou. Porém, o governo dispõe de pouco tempo para esboçar uma reação. A batalha do plenário está marcada para domingo. Por ora, a coreografia favorece os partidários do impeachment, já que a bancada dinheirista admite tudo, menos ficar do lado perdedor. Às voltas com dificuldades para confirmar sua própria nomeação para o ministério, Lula já não é o mesmo sedutor de outrora. E tende a tornar-se irrelevante se não se der conta de que Chico Buarque não têm direito a voto no plenário da Câmara.
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