Folha de S.Paulo
O engenheiro José Antunes Sobrinho, um dos donos da Engevix, mencionou o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o caixa da campanha presidencial de 2014 em proposta de delação premiada que está sendo negociada com a Procuradoria-Geral da República, segundo a revista "Época".
De acordo com a revista, a Argeplan, uma empresa de arquitetura de São Paulo que seria ligada a Temer, ganhou licitação de R$ 162 milhões da Eletronuclear para operar na usina de Angra 3 em 2012. Sobrinho diz em sua proposta de delação que esteve por duas vezes no escritório de Temer, em São Paulo, acompanhado de um dos sócios da Argeplan, João Baptista Lima Filho, para tratar de assuntos ligados à Eletronuclear.
O executivo afirma ter sido cobrado por Lima, que dizia agir em nome de Temer, a fazer pagamento de R$ 1 milhão que iria para a campanha do peemedebista em 2014. Segundo a revista, Antunes diz que fez o pagamento por intermédio de uma fornecedora da Engevix. Lima, mais tarde, teria tentado devolver o dinheiro, mas Sobrinho afirma que não aceitou.
Sobrinho foi preso pela Lava Jato em setembro do ano passado sob suspeita de envolvimento em esquema de propina na obra de Angra 3. Em dezembro, ele passou à prisão domiciliar.
À revista, Temer admitiu que recebeu Lima e Sobrinho em São Paulo, mas afirmou que o encontro era para tratar de uma obra tocada pela Engevix. Afirmou ainda que não autorizou ninguém a buscar recursos ilícitos em nome dele. A Folha não conseguiu ouvir os envolvidos nesta quinta (21)
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