Deputado Jair Bolsonaro vota pelo impeachment na sessão da Câmara no domingo (17)
Folha de S.Paulo – Nelson de Sá
Correu o mundo a declaração de voto na sessão do impeachment do deputado e pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro, do PSC-RJ, que somou 8% das intenções de voto pelo Datafolha.
A reportagem que mais ecoou foi do inglês "Guardian", descrevendo: "Numa noite sombria, pode-se dizer que o ponto mais baixo foi quando Jair Bolsonaro, o deputado de extrema direita do Rio, dedicou seu voto 'sim' a
Carlos Brilhante Ustra, o coronel que chefiou a unidade de tortura do DOI-Codi durante a era ditatorial. Rousseff, ex-guerrilheira, estava entre os torturados".
Sob o título "A insurreição dos hipócritas", a alemã "Der Spiegel" foi pela mesma linha, dizendo que o Congresso mostrou sua "verdadeira cara" e colocou o Brasil em "robusta rota de direita" na votação.
"A maior parte dos deputados evocou Deus e a família na hora de dar o voto. Bolsonaro até defendeu, com palavras ardentes, um dos piores torturadores da ditadura militar", acrescentou.
O argentino "Clarín" deu vídeo com a declaração e o enunciado "Bolsonaro votou pelo golpe de 1964 e pelos torturadores de Dilma".
O econômico "Financial Times" falou não só da menção a Ustra, "chefe da polícia secreta durante a ditadura", mas da cusparada que Bolsonaro recebeu de Jean Wyllys, "um dos poucos integrantes do Congresso abertamente gays".
As referências da presidente às "expressões de ódio e intolerância" e a Ustra, durante a entrevista aos correspondentes nesta terça (19), levaram Bolsonaro de volta ao noticiário, de agências como a espanhola Efe ao "Guardian".
O jornal americano "Washington Post" já havia destacado, nas manifestações do fim de semana, um jovem com camiseta estampada pela expressão "Bolsonaro presidente" e seu rosto.
Mas na terça o site da "Americas Quarterly", do "think tank" Americas Society, de Washington, foi além, com uma longa análise intitulada "Jair Bolsonaro: pró tortura, antigay e futuro presidente do Brasil?".
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