Responsável pela Operação Satiagraha, ele alegou que "corre risco" por conta do trabalho que investigou caso de corrupção
O ex-deputado e ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz pede asilo político na Suíça, alegando que sua vida "corre risco" por conta de seu trabalho como delegado investigando a corrupção. Seu dossiê foi aceito nesta quarta-feira (6), pelas autoridades que passarão a avaliar o processo. Numa longa entrevista concedida ao jornal "Sept", da Suíça, ele conta que se exilou já em outubro, ao viajar para o país para uma conferência em Genebra. "Eu me sinto em casa aqui", disse.
Segundo o delegado, se ele voltar será "executado". "Minha vida está em jogo", disse. "Eu detenho muitos segredos", insistiu. "A Justiça do meu País decidiu retirar a proteção que eu tinha quando era policial. Decidi buscar a segurança aqui na Suíça ", explicou.
Apresentando-se como alguém que lutou contra a corrupção desde 1999, ele é qualificado pelo jornal suíço como "uma espécie de Eliot Ness contemporâneo" e "incorruptível". Protógenes admite que precisaria se apresentar à Justiça diante de uma condenação que sofreu por abuso de poder. Mas ele alerta que "tem medo".
Protógenes também afirma ter colaborado com a Operação Lava Jato. "Minha participação foi muito discreta", explicou, contando que isso ocorreu por conta de suas atividades de investigação anteriores. O ex-deputado acusa o "entorno da presidente Dilma Rousseff " ainda de tê-lo afastado da investigação, no início de 2015. Para ele, a Lava Jato corre o risco "de terminar como as anteriores, com a demissão de policiais e talvez assassinatos."
Na entrevista, ele garante que investigou Lula e Dilma e que sua enquete "já apontava para o Panamá". Ele diz ainda ter escapado de quatro atentados e uma de suas filhas foi sequestrada.
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