PP deixa governo e causa efeito cascata; PMDB deve votar em peso por afastamento
O Globo - Júnia Gama, Isabel Braga, Eduardo Bresciani e Manoel Ventura
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, entregou nesta quarta-feira sua carta de demissão do cargo à presidente Dilma Rousseff. A decisão ocorre no dia seguinte ao desembarque do PP do governo, liderado pela bancada do partido na Câmara que quer votar a favor do impeachment.
Com 47 deputados do PP que votarão no domingo, hoje, pelas contas do partido, cerca de 40 são favoráveis ao afastamento de Dilma. O presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PI) forçou a manutenção do PP na base aliada, na semana passada, garantindo ao Palácio do Planalto que tinha 40 dos 57 congressistas (entre deputados e senadores) contra o impeachment.
Este movimento de Ciro ocorreu, segundo um dirigente progressista relatou reservadamente ao GLOBO, a pedido do ex-presidente Lula. O PP preparava o desembarque para o dia seguinte à decisão do diretório do PMDB de deixar a base aliada. No entanto, esta debandada foi contida por sugestão de Lula, o que daria mais tempo a Dilma e ministros negociarem a manutenção da aliança com o PP. O pedido foi feito por Lula para evitar que já na semana passada houvesse um "efeito cascata" entre os partidos do centrão, que comandam, somados, a Câmara.
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