A oposição já garantiu um número bastante expressivo para aprovar o impeachment da presidente Dilma em votação marcada para o próximo domingo no plenário da Câmara dos Deputados. Para não assustar o Governo, a tática é informar que o placar chegou aos 349 votos. Mas pela manhã, numa conversa com este blogueiro, o deputado Espiridião Amin(PP-SC) falou em 382 votos, o que rapidamente se espalhou pelas redes sociais. Num almoço na casa do deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), transformado num verdadeiro comitê pro Michel Temer, mais de 70 deputados do baixo claro cantavam vitória antecipadamente.
Fabinho, como é mais conhecido, chegou a usar o termo “derrota acachapante” do Governo. Na verdade, os números passaram a ser mais favoráveis ao impeachment a partir da decisão do PP, na noite da última terça-feira, de abandonar o Governo. A bancada é composta por 49 parlamentares, dos quais apenas seis devem votar com o Governo, entre os quais o pernambucano Eduardo da Fonte.
No início da noite de ontem, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), anunciou que o partido havia fechado questão pelo impeachment. Ministro das Cidades, Gilberto Kassab deve receber, hoje, pela manhã, um comunicado da bancada sobre a posição tomada e sugerindo também a entrega de todos os cargos ao Governo.
Além do PSD, o PTB também anunciou a adesão da bancada à proposta do impeachment. O mesmo já havia ocorrido quando PRB e PP retiraram o apoio ao governo e anunciaram que as bancadas na Câmara votarão favoravelmente ao impeachment. O PDT fechou questão a favor do governo.
Entre o Salão Verde da Câmara e o Azul do Senado, deputados da oposição e Governo exibiam listas prevendo o placar da votação. Ex-presidente da Câmara, o petista Arlindo Chinaglia garantia, por sua vez, que o Governo não estava enfraquecido e que venceria a batalha em plenário.
Ao seu lado, a deputada Maria do Rosário, da bancada do PT do Rio Grande do Sul, mais cautelosa, evitava falar de números. Preferia dizer que a oposição mentia e tentava criar um clima de instabilidade pela derrocada do Governo Dilma. “É um golpe antecipado”, avisou.
KASSAB FICA– O ex-presidente da comissão especial do impeachment, Rogério Rosso (DF), que reassumiu a liderança do PSD na Câmara, disse que a bancada não vai cobrar do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, presidente nacional da legenda, que deixe o cargo. Ele também não quis adiantar se Kassab pretende entregar a pasta por vontade própria. "O ministro respeitou a nossa soberania, como bancada. E a bancada não cobra do ministro Kassab outra posição porque isso é uma decisão do ministro e da Executiva. O ministro fica totalmente à vontade", afirmou.
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