Da Folha de São Paulo
A chance do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff passar na Câmara subiu para 92%, de acordo com análise estatística do professor de economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Regis Ely.
A probabilidade do impeachment ser aprovado pela Câmara subiu em dois pontos percentuais em relação a análise realizada ontem, quando as chances do afastamento da presidente pela Casa eram de 90%.
O professor Ely explica que os percentuais não mudaram muito, apesar do aumento de manifestações individuais de apoio ao impeachment em levantamento feito pela reportagem da Folha. Isso acontece porque o modelo estatístico utilizado previa que os indecisos votariam de acordo com as orientações das bancadas partidárias, o que está acontecendo.
Segundo a análise realizada pelo professor, o impeachment não passaria pela Câmara, por exemplo, se fosse registrada uma ausência de pelo menos 10% dos deputados, o que deixaria os votos favoráveis ao afastamento da presidente na faixa dos 65,9%, insuficientes para a aprovação da medida.
Para que o processo seja aprovado, são necessários votos de 342 parlamentares, ou 67% do total. A Câmara tem 513 deputados e a decisão está prevista para ocorrer no domingo.
A estatística considera que todos os deputados estarão presentes na votação. Cada falta implica um voto a menos a favor do processo. A partir da ausência de mais de 10% (51 deputados), cairia o número de votos favoráveis à saída de Dilma e o resultado da votação se inverteria.
O algoritmo construído pelo professor parte do princípio de que a decisão dos deputados sofre influência do partido e do Estado pelo qual foram eleitos. Com base nisso, ele infere qual será a posição dos que ainda não declararam seu voto (detalhes da metodologia podem ser vistos em regisely.com/blog/impeachment/).
Ely atua nas áreas de previsão, análise de dados, séries temporais e finanças.
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