O empresário Fernando Moura, ligado ao PT, afirmou, ontem, que logo após a eleição presidencial de 2002, vencida por Lula, foi feita uma reunião para discutir as nomeações para cargos em diretorias de autarquias e empresas públicas estratégicas da administração. Segundo ele, uma das diretorias era a de Furnas, apontada como cota do senador Aécio Neves (PSDB). “Quando acabou a eleição de 2002 (...), foi feita uma reunião para definição de mais ou menos umas cinco diretorias de estatais para poder ajudar em nível de campanha, posteriormente, o que seria interessante na nomeação das pessoas”, relatou Moura, em novo depoimento ao juiz federal Sérgio Moro.
Ele acrescentou que a presidente Dilma Rousseff participou da reunião e que os indicados para os cargos ficariam responsáveis pela arrecadação de valores para o PT. Delator e réu confesso do esquema de propinas instalado na Petrobras, Moura teve que ficar outra vez frente a frente com o juiz da Lava-Jato porque admitiu ter mentido anteriormente
Segundo ele, os indicados para as diretorias deveriam ter 20 anos de casa, “tinha que ser funcionário da casa para poder receber essa indicação”. A reunião ocorreu em novembro de 2002.
“Nessa relação foi indicado o nome do Renato Duque para a Petrobras, foi indicado o nome do sr. Eduardo Medeiros para os Correios. A princípio levei pro Zé (Dirceu) o nome do Dimas Toledo, que continuasse na diretoria de Furnas. Ele (Dirceu) usou até uma expressão comigo. ‘O Dimas não, porque se o Dimas entrar em Furnas até como porteiro vai mandar em Furnas, está lá há 4 anos, é uma indicação que sempre foi do Aécio’. Passado um mês e meio, ele (Dirceu) me chamou e falou ‘qual a sua relação com Dimas Toledo?’ Eu falei, estive com ele três vezes, achei ele competente, cara profissional. O Zé me disse. ‘Porque esse foi o único cargo que o Aécio pediu pro Lula, então, você vai lá conversar com Dimas e diga que a gente vai apoiar a indicação dele’.”
“Nessa relação foi indicado o nome do Renato Duque para a Petrobras, foi indicado o nome do sr. Eduardo Medeiros para os Correios. A princípio levei pro Zé (Dirceu) o nome do Dimas Toledo, que continuasse na diretoria de Furnas. Ele (Dirceu) usou até uma expressão comigo. ‘O Dimas não, porque se o Dimas entrar em Furnas até como porteiro vai mandar em Furnas, está lá há 4 anos, é uma indicação que sempre foi do Aécio’. Passado um mês e meio, ele (Dirceu) me chamou e falou ‘qual a sua relação com Dimas Toledo?’ Eu falei, estive com ele três vezes, achei ele competente, cara profissional. O Zé me disse. ‘Porque esse foi o único cargo que o Aécio pediu pro Lula, então, você vai lá conversar com Dimas e diga que a gente vai apoiar a indicação dele’.”
Fernando Moura disse que foi conversar com Dimas. “Na oportunidade, ele (Dimas) me colocou, da mesma forma que eu coloquei o caso da Petrobras, em Furnas era igual. Ele falou ‘vocês nem precisam aparecer aqui, vocês vão ficar é: um terço São Paulo, um terço nacional e um terço Aécio’.” (Da Agência Estado)
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