Renato Rovai
A reeleição de Leonardo Picciani (RJ(, que teve 37 votos contra 30 de Hugo Mota (PI) para a liderança do PMDB é a primeira grande vitória da dupla Wagner-Berzoini, que assumiu a articulação política em substituição a Aloisio Mercadante no final do ano passado exatamente para fazer com que o governo parasse de acumular derrotas nos embates contra Eduardo Cunha.
A vitória de Picciani é claramente uma grande derrota de Cunha e ao mesmo tempo uma moderada vitória de Dilma, que passa a respirar não só com aparelhos.
Se o governo Dilma fosse derrotado hoje, dificilmente conseguiria terminar o ano bem. Com a vitória, pode ao menos acumular esperanças de lutar por dias melhores.
O Palácio agora tem todas as condições de dialogar com outras bancadas para impedir que o processo de impeachment na Câmara tenha continuidade. Para isso, porém, vai ter de garantir com Picciani que ele indique ao menos seis dos oito membros do partido para votar contra o processo.
Se isso acontecer, as outras bancadas perceberão que ou ficam com o governo ou ficarão sem nada. Afinal, Cunha já não tem quase nada a oferecer e sua derrota de hoje deixou claro que até no seu partido sua força já é bem menor do que há 1 ano, quando sem que ele se posicionasse tão claramente na disputa, Picciani ganhou por apenas um voto.
Dilma agora tem melhores condições no Congresso, mas isso não resolve todos os seu problemas. Se o governo não apresentar um plano arrojado para tirar o Brasil da recessão, depois de junho a presidente não vai ter um candidato a prefeito para lhe defender. E aí, a onda que pode estar arrefecendo agora, pode retornar com a força de um tsunami
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