José Eduardo Cardozo, considerado fraco por Lula. O ex-presidente diz que Cardozo não controla a polícia
não é a reforma no tríplex do Guarujá nem a remodelagem do sítio em Atibaia. Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que dividem com ele os momentos de reflexão sobre a crise que o arrastou para o centro das investigações da Lava Jato, enumeram os “verdadeiros” pecados do ex-presidente. Em todos eles, Lula é vítima da imprensa e de instituições como Polícia Federal e Ministério Público.
O primeiro pecado de Lula, dizem, foi não fomentar a criação de veículos de comunicação de massa alinhados ao seu governo, que servissem de contraponto à cobertura feita pelas principais rádios e tevês. O ex-presidente, avaliam esses petistas, deveria ter “encorajado” – leia-se, acenado com verbas – empresários simpáticos ao partido para que comprassem uma emissora de tevê ou um jornal no circuito Rio-São Paulo. Lula também deveria, dizem, ter mantido uma porta aberta com a Globo. “Lula achava que resolvia tudo com um telefonema para o João Roberto (Marinho, vice-presidente do Grupo Globo). O João Roberto, com aquela cara cândida, dizia sempre que não sabia de nada, que aquele era um problema da redação. Temos enormes instrumentos de dialogar com os caras. Se tivéssemos criado uma política mais complexa, pelo menos os constrangeríamos na hora de falarem mal de nós”, disse um ex-ministro de Lula.
Segundo essa visão, muito comum entre amigos e colaboradores do ex-presidente, Lula deixou o bonde passar em 2003, quando a Globo estava endividada e reestruturando a sua dívida, em dólar. Recém eleito, o petista deveria ter usado a força do governo num momento de fragilidade do grupo para criar uma relação mais forte entre ele e a família Marinho.
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