Da Folha de S.Paulo - Mariana Haubert
Após a cerimônia de abertura do ano Legislativo nesta terça-feira (2), senadores da oposição avaliaram que a mensagem do Poder Executivo, lida pela presidente Dilma Rousseff, não sensibilizou os parlamentares a fim de garantir seus apoios para a aprovação de propostas polêmicas, como a CPMF.
"O que ela fez foi um verdadeiro anúncio de novos impostos. Não sensibilizou ninguém e nem ajudou a criar um clima mais favorável. Ficou claro que veio mais por conveniência", avaliou o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO).
Para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), Dilma foi ao Congresso em "busca de uma cena". "O que vimos hoje no Congresso foi uma presidente da República muito mais em busca de uma fotografia do que de um resgate de sua própria credibilidade", disse.
"E, aqui, ela pode perceber o sentimento de boa parte do Congresso Nacional de repulsa à mentira, às promessas vazias e ao aumento da carga tributária. O PSDB, em especial, estará vigilante para impedir que o aumento de carga tributária aprofunde ainda mais a recessão na qual o governo da presidente Dilma e do PT mergulhou o país", completou Aécio.
O senador José Serra (PSDB-SP), classificou o discurso de Dilma como "espuma", apesar de ter considerado natural a ida da presidente ao Congresso na abertura dos trabalhos. Esta foi a primeira vez que ela, no posto mais alto da República, foi pessoalmente ao Congresso fazer a leitura da mensagem presidencial. A tarefa era, usualmente, atribuída ao ministro da Casa Civil.
Durante o seu discurso de cerca de 40 minutos, Dilma foi vaiada seis vezes, principalmente quando defendeu a aprovação de uma proposta de recriação da CPMF.
Diante das vaias, Dilma recomendou aos parlamentares contrários à recriação do novo imposta que "levem em conta dados, e não opiniões". O deputado Paulinho da Força (SD-SP) ergueu faixas com os dizeres: "O Brasil não aguenta mais você. Cai fora".
Dilma pediu aos parlamentares ajuda para que o Congresso avance na análise de propostas que possam ajudar na recuperação da economia. A presidente citou a necessidade de se tomar medidas temporárias para atingir tal objetivo. Neste momento, ela citou a aprovação das duas matérias polêmicas e foi vaiada.
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