Renato Riella
Quem entende de processo, sem emoção, sabe que dificilmente a Justiça Federal conseguirá condenar o ex-presidente Lula pelo comprometimento dele e da sua mulher, Marisa, com o sítio de Atibaia e o apartamento no condomínio do Guarujá.
São duas situações muito desgastante, mas essas denúncias podem ser derrubadas em instâncias superiores, pelo fato de não haver documentação que prove a propriedade desses dois imóveis.
No entanto, há ligações de Lula com muitas outras fases da operação Lava-Jato, levando-o a momentos de grande desgaste político e público.
Por exemplo, o juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, marcou para o dia 14 de março o depoimento do ex-presidente como testemunha de defesa do pecuarista José Carlos Bumlai.
A oitiva de Lula será feita por meio de videoconferência, na Justiça Federal em São Paulo, às 9h30. Para o mesmo dia, Moro marcou depoimentos de outras testemunhas arroladas pela defesa do pecuarista.
Os depoimentos ocorrem na ação penal em que Bumlai e mais dez investigados na Operação Lava Jato foram denunciados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com a acusação do Ministério Público Federal (MPF), Bumlai usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin.
Segundo os procuradores, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada revelam que o empréstimo de R$ 12 milhões se destinava ao Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago mediante a contratação da Construtora Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.
Desde o surgimento das primeiras denúncias, o PT sustenta que todas as doações obtidas pelo partido foram feitas de forma legal e declaradas às autoridades. A Schahin afirma que o modelo de contratação dos navios-sonda foi o mesmo praticado pela Petrobras com todas as concorrentes que prestaram o mesmo serviço.
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